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Manual de estilo

Nessa seção listamos todos os padrões do nosso manual de estilo e diretrizes de dados que usamos na Base dos Dados. Eles nos ajudam a manter os dados e metadados que publicamos com qualidade alta.

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Nomeação de bases e tabelas

Conjuntos de dados (dataset_id)

Nomeamos conjuntos no formato <organization_id\>_<descrição\>, onde organization_id segue por padrão a abrangência geográfica da organização que publica o conjunto:

organization_id
Mundial mundo_<organizacao>
Federal <sigla_pais>_<organizacao>
Estadual <sigla_pais>_<sigla_uf>_<organizacao>
Municipal <sigla_pais>_<sigla_uf>_<cidade>_<organizacao>
  • sigla_pais e sigla_uf são sempre 2 letras minúsculas;
  • organizacao é o nome ou sigla (de preferência) da organização que publicou os dados orginais (ex: ibge, tse, inep).
  • descricao é uma breve descrição do conjunto de dados, que pode ser

Por exemplo, o conjunto de dados do PIB do IBGE tem como dataset_id: br_ibge_pib

Não sabe como nomear a organização?

Sugerimos que vá no site da mesma e veja como ela se autodenomina (ex: DETRAN-RJ seria br_rj_detran)

Tabelas

Nomear tabelas é algo menos estruturado e, por isso, requer bom senso. Mas temos algumas regras:

  • Se houver tabelas para diferentes entidades, incluir a entidade no começo do nome. Exemplo: municipio_valor, uf_valor.
  • Não incluir a unidade temporal no nome. Exemplo: nomear municipio, e não municipio_ano.
  • Deixar nomes no singular. Exemplo: escola, e não escolas.
  • Nomear de microdados as tabelas mais desagregadas. Em geral essas tem dados a nível de pessoa ou transação.

Exemplos de dataset_id.table_id

Mundial mundo_waze.alertas Dados de alertas do Waze de diferentes cidades.
Federal br_tse_eleicoes.candidatos Dados de candidatos a cargos políticos do TSE.
Federal br_ibge_pnad.microdados Microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios produzidos pelo IBGE.
Federal br_ibge_pnadc.microdados Microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) produzidos pelo IBGE.
Estadual br_sp_see_docentes.carga_horaria Carga horária anonimizado de docentes ativos da rede estadual de ensino de SP.
Municipal br_rj_riodejaneiro_cmrj_legislativo.votacoes Dados de votação da Câmara Municipal do Rio de Janeiro (RJ).

Formatos de tabelas

Tabelas devem, na medida do possível, estar no formato long, ao invés de wide.

Nomeação de variáveis

Nomes de variáveis devem respeitar algumas regras:

  • Usar ao máximo nomes já presentes no repositório. Exemplos: ano, mes, id_municipio, sigla_uf, idade, cargo, resultado, votos, receita, despesa, preco, etc.
  • Respeitar padrões das tabelas de diretórios.
  • Ser o mais intuitivo, claro e extenso possível.
  • Ter todas letras minúsculas (inclusive siglas), sem acentos, conectados por _.
  • Não incluir conectores como de, da, dos, e, a, em, etc.
  • Só ter o prefixo id_ quando a variável representar chaves primárias de entidades (que eventualmente teriam uma tabela de diretório).
    • Exemplos que tem: id_municipio, id_uf, id_escola, id_pessoa.
    • Exemplos que não tem: rede, localizacao.
    • Importante: quando a base está em inglês id vira um sufixo
  • Só ter sufixos de entidade quando a entidade da coluna for diferente da entidade da tabela.
    • Exemplos que tem: numa tabela com entidade pessoa, uma coluna sobre PIB municipal se chamaria pib_municipio.
    • Exemplos que não tem: numa tabela com entidade pessoa, características da pessoa se chamariam nome, idade, sexo, etc.
  • Lista de prefixos permitidos
    • nome_,
    • data_,
    • quantidade_,
    • proporcao_ (variáveis de porcentagem 0-100%),
    • taxa_,
    • razao_,
    • indice_,
    • indicador_ (variáveis do tipo booleano),
    • tipo_,
    • sigla_,
    • sequencial_.
  • Lista de sufixos comuns
    • _pc (per capita)

Ordenamento de variáveis

A ordem de variáveis em tabelas é padronizada para manter uma consistência no repositório. Nossas regras são:

  • Chaves primárias à esquerda, em ordem descendente de abrangência;
  • No meio devem estar variáveis qualitativas da linha;
  • As últimas variáveis devem ser os valores quantitativos em ordem crescente de relevância;
  • Exemplo de ordem: ano, sigla_uf, id_municipio, id_escola, rede, nota_ideb;
  • Dependendo da tabela, pode ser recomendado agrupar e ordenar variáveis por temas.

Tipos de variáveis

Nós utilizamos algumas das opções de tipos do BigQuery: string, int64, float64, date, time, geography.

Quando escolher:

  • string:
    • Variáveis de texto
    • Chaves de variáveis categóricas com dicionário ou diretório
  • int64:
    • Variáveis de números inteiros com as quais é possível fazer contas (adição, subtração)
    • Variáveis do tipo booleanas que preenchemos com 0 ou 1
  • float64:
    • Variáveis de números com casas decimais com as quais é possível fazer contas (adição, subtração)
  • date:
    • Variáveis de data no formato YYYY-MM-DD
  • time:
    • Variáveis de tempo no formato HH:MM:SS
  • geography:
    • Variáveis de geografia

Unidades de medida

A regra é manter variáveis com suas unidades de medida originais listadas nesse código, com a exceção de variáveis financeiras onde convertermos moedas antigas para as atuais (e.g. Cruzeiro para Real).

Catalogamos unidades de medida em formato padrão na tabela de arquitetura. Lista completa aqui Exemplos: m, km/h, BRL.

Para colunas financeiras deflacionadas, listamos a moeda com o ano base. Exemplo: uma coluna medida em reais de 2010 tem unidade BRL_2010.

Variáveis devem ter sempre unidades de medida com base 1. Ou seja, ter BRL ao invés de 1000 BRL, ou pessoa ao invés de 1000 pessoas. Essa informação, como outros metadados de colunas, são registradas na tabela de arquitetura da tabela.

Quais variáveis manter, quais adicionar e quais remover

Mantemos nossas tabelas parcialmente normalizadas, e temos regras para quais variáveis incluirmos em produção. Elas são:

  • Remover variáveis de nomes de entidades que já estão em diretórios. Exemplo: retirar municipio da tabela que já inclui id_municipio.
  • Remover variáveis servindo de partição. Exemplo: remover ano e sigla_uf se a tabela é particionada nessas duas dimensões.
  • Adicionar chaves primárias principais para cada entidade já existente. Exemplo: adicionar id_municipio a tabelas que só incluem id_municipio_tse.
  • Manter todas as chaves primárias que já vem com a tabela, mas (1) adicionar chaves relevantes (e.g. sigla_uf, id_municipio) e (2) retirar chaves irrelevantes (e.g. regiao).

Cobertura temporal

Preencher a coluna cobertura_temporal nos metadados de tabela, coluna e chave (em dicionários) segue o seguinte padrão.

  • Formato geral: data_inicial(unidade_temporal)data_final

    • data_inicial e data_final estão na correspondente unidade temporal.
      • Exemplo: tabela com unidade ano tem cobertura 2005(1)2018.
      • Exemplo: tabela com unidade mes tem cobertura 2005-08(1)2018-12.
      • Exemplo: tabela com unidade semana tem cobertura 2005-08-01(7)2018-08-31.
      • Exemplo: tabela com unidade dia tem cobertura 2005-08-01(1)2018-12-31.
  • Regras para preenchimento

    • Metadados de tabela
      • Preencher no formato geral.
    • Metadados de coluna
      • Preencher no formato geral, exceto quando a data_inicial ou data_final sejam iguais aos da tabela. Nesse caso deixe vazio.
      • Exemplo: suponha que a cobertura da tabela seja 2005(1)2018.
        • Se uma coluna aparece só em 2012 e existe até 2018, preenchemos sua cobertura como 2012(1).
        • Se uma coluna desaparece em 2013, preenchemos sua cobertura como (1)2013.
        • Se uma coluna existe na mesma cobertura temporal da tabela, preenchemos sua cobertura como (1).
    • Metadados de chave
      • Preencher no mesmo padrão de colunas, mas a referência sendo a coluna correspondente, e não a tabela.

Limpando STRINGs

  • Variáveis categóricas: inicial maiúscula e resto minúsculo, com acentos.
  • STRINGs não-estruturadas: manter igual aos dados originais.

Formatos de valores

  • Decimal: formato americano, i.e. sempre . (ponto) ao invés de , (vírgula).
  • Data: YYYY-MM-DD
  • Horário (24h): HH:MM:SS
  • Datetime (ISO-8601): YYYY-MM-DDTHH:MM:SS.sssZ
  • Valor nulo: "" (csv), NULL (Python), NA (R), . ou "" (Stata)
  • Proporção/porcentagem: entre 0-100

Particionamento de tabelas

O que é particionamento e qual seu objetivo ?

De forma resumida, particionar uma tabela é dividi-la em vários blocos/partes. O objetivo central é diminuir os custos financeiros e aumentar a perfomance, visto que, quanto maior o volume de dados, consequentemente será maior o custo de armazenamento e consulta.

A redução de custos e o aumento de perfomance acontece, principalmente, porque a partição permite a reorganização do conjunto de dados em pequenos blocos agrupados. Na prática, realizando o particionamento, é possível evitar que uma consulta percorra toda a tabela só para trazer um pequeno recorte de dados.

Um exemplo prático da nossa querida RAIS:

  • Sem utilizar filtro de partição:

Para esse caso o Bigquery varreu todas (*) as colunas e linhas do conjunto. Vale salientar que esse custo ainda não é tão grande, visto que a base já foi particionada. Caso esse conjunto não tivesse passado pelo processo de particionamento, essa consulta custaria muito mais dinheiro e tempo, já que se trata de um volume considerável de dados.

image

  • Com filtro de partição:

Aqui, filtramos pelas colunas particionadas ano e sigla_uf. Dessa forma, o Bigquery só consulta e retorna os valores da pasta ano e da subpasta sigla_uf.

image

Quando particionar uma tabela?

A primeira pergunta que surge quando se trata de particionamento é: a partir de qual quantidade de linhas uma tabela deve ser particionada? A documentação do GCP não define uma quantidade x ou y de linhas que deve ser particionada. O ideal é que as tabelas sejam particionadas, com poucas exceções. Por exemplo, tabelas com menos de 10.000 linhas, que não receberão mais ingestão de dados, não tem um custo de armazenamento e processamento altos e, portanto, não há necessidade de serem particionadas.

Como particionar uma tabela?

Se os dados estão guardados localmente, é necessário:

  1. Criar as pastas particionadas na sua pasta de /output, na linguagem que você estiver utilizando.

Exemplo de uma tabela particionada por ano e mes, utilizando python:

for ano in [*range(2005, 2020)]:
  for mes in [*range(1, 13)]:
    particao = output + f'table_id/ano={ano}/mes={mes}'
    if not os.path.exists(particao):
      os.makedirs(particao)
2. Salvar os arquivos particionados.

for ano in [*range(2005, 2020)]:
  for mes in [*range(1, 13)]:
    df_particao = df[df['ano'] == ano].copy() # O .copy não é necessário é apenas uma boa prática
    df_particao = df_particao[df_particao['mes'] == mes]
    df_particao.drop(['ano', 'mes'], axis=1, inplace=True) # É preciso excluir as colunas utilizadas para partição
    particao = output + f'table_id/ano={ano}/mes={mes}/tabela.csv'
    df_particao.to_csv(particao, index=False, encoding='utf-8', na_rep='')

Exemplos de tabelas particionadas em R:

Exemplo de como particionar uma tabela em SQL:

CREATE TABLE `dataset_id.table_id` as (
    ano  INT64,
    mes  INT64,
    col1 STRING,
    col1 STRING
) PARTITION BY ano, mes
OPTIONS (Description='Descrição da tabela')

Regras importantes de particionamento.

  • Os tipos de colunas que o BigQuery aceita como partição são:

  • Coluna de unidade de tempo: as tabelas são particionadas com base em uma coluna de TIMESTAMP, DATE ou DATETIME.

  • Tempo de processamento: as tabelas são particionadas com base no carimbo de data/hora quando o BigQuery processa os dados.
  • Intervalo de números inteiros: as tabelas são particionadas com base em uma coluna de números inteiros.

  • Os tipos de colunas que o BigQuery não aceita como partição são: BOOL, FLOAT64, BYTES, etc.

  • O BigQuery aceita no máximo 4.000 partições por tabela.

  • Aqui na BD as tabelas geralmente são particionadas por: ano, mes, trimestre e sigla_uf.

  • Note que ao particionar uma tabela é preciso excluir a coluna correspondente. Exemplo: é preciso excluir a coluna ano ao particionar por ano.

Número de bases por pull request

Pull requests no Github devem incluir no máximo um conjunto, mas pode incluir mais de uma base. Ou seja, podem envolver uma ou mais tabela dentro do mesmo conjunto.

Dicionários

  • Cada base inclui somente um dicionário (que cobre uma ou mais tabelas).
  • Para cada tabela, coluna, e cobertura temporal, cada chave mapeia unicamente um valor.
  • Chaves não podem ter valores nulos.
  • Dicionários devem cobrir todas as chaves disponíveis nas tabelas originais.
  • Chaves só podem possuir zeros à esquerda quando o número de dígitos da variável tiver significado. Quando a variável for enum padrão, nós excluimos os zeros à esquerda.
    • Exemplo: mantemos o zero à esquerda da variável br_bd_diretorios_brasil.cbo_2002:cbo_2002, que tem seis dígitos, pois o primeiro dígito 0 significa a categoria ser do grande grupo = "Membros das forças armadas, policiais e bombeiros militares".
    • Para outros casos, como por exemplo br_inep_censo_escolar.turma:etapa_ensino, nós excluimos os zeros à esquerda. Ou seja, mudamos 01 para 1.
  • Valores são padronizados: sem espaços extras, inicial maiúscula e resto minúsculo, etc.

Como preencher os metadados da tabela dicionário?

  • Não preencher o spatial_coverage (cobertura_espacial), ou seja, deixar o campo vazio.
  • Não preencher o temporal_coverage (cobertura_temporal), ou seja, deixar o campo vazio.
  • Não preencher o observation_level (nivel_observacao), ou seja, deixar o campo vazio.

Diretórios

Diretórios são as pedras fundamentais da estrutura do nosso datalake. Nossas regras para gerenciar diretórios são:

  • Diretórios representam entidades do repositório que tenham chaves primárias (e.g. uf, município, escola) e unidades de data-tempo (e.g. data, tempo, dia, mes, ano).
  • Cada tabela de diretório tem ao menos uma chave primária com valores únicos e sem nulos. Exemplos: municipio:id_municipio, uf:sigla_uf.
  • Nomes de variáveis com prefixo id_ são reservadas para chaves primárias de entidades.

Veja todas as tabelas já disponíveis aqui.

Como preencher os metadados das tabelas de diretório?

  • Preencher o spatial_coverage (cobertura_espacial), que é a máxima unidade espacial que a tabela cobre. Exemplo: sa.br, que significa que o nível de agregação espacial da tabela é o Brasil.
  • Não preencher o temporal_coverage (cobertura_temporal), ou seja, deixar o campo vazio.
  • Preencher o observation_level (nivel_observacao), que consiste no nível de observação da tabela, ou seja, o que representa cada linha.
  • Não preencher o temporal_coverage (cobertura_temporal) das colunas da tabela, ou seja, deixar o campo vazio.

Fontes Originais

O campo se refere aos dados na fonte original, que ainda não passaram pela metodologia de tratamento da Base dos Dados, ou seja, nosso _input_. Ao clicar nele, a ideia é redirecionar o usuário para a página da fonte original dos dados. As regras para gerenciar as Fontes Originais são:

  • Incluir o nome do link externo que leva à fonte original. Como padrão, esse nome deve ser da organização ou do portal que armazenena os dados. Exemplos: Sinopses Estatísticas da Educação Básica: Dados Abertos do Inep, Penn World Tables: Groningen Growth and Development Centre.
  • Preencher os metadados de Fontes Originais: Descrição, URL, Língua, Tem Dados Estruturados, Tem uma API, É de Graça, Requer Registro, Disponibilidade, Requer IP de Algum País, Tipo de Licença, Cobertura Temporal, Cobertura Espacial e Nível da Observação.

Pensou em melhorias para os padrões definidos?

Abra um issue no nosso Github ou mande uma mensagem no Discord para conversarmos :)